Se ganhos passados não são garantia de ganhos futuros, acredito que a máxima invertida também deva valer. Perdas do passado não são certeza de perdas […]
Por
Se ganhos passados não são garantia de ganhos futuros, acredito que a máxima invertida também deva valer.
Perdas do passado não são certeza de perdas no futuro.
E as criptomoedas ensinam isso ao investidor em ciclos mais rápidos e com certezas mais agudas que o mercado tradicional.
Quem as entende dessa forma poderia perceber que era um bom negócio comprar bitcoin abaixo de 15 mil reais nas mínimas do ano passado, quem dirá bitcoin abaixo de 40 reais.
Sobre essa segunda barganha, temos a história dos irmãos gêmeos Winklevoss, tão passível de virar filme como a própria história do Facebook, na qual são protagonistas.
Cameron e Tyler são retratados no filme “A Rede” como donos da ideia do Facebook e Mark Zuckerberg como o desenvolvedor que foi chamado para construir a rede social e acabou criando a sua própria.
Isso rendeu um processo a Mark logo no início da empresa e um acordo de 65 milhões de dólares foi firmado entre as partes, garantindo que os gêmeos se tornassem milionários após o pacto.
Esse é um resumo da história e pode ser chamado de Zuckerberg vs Winklevoss 1.
É nesse momento que Cameron e Tyler, em busca de investir a sua fortuna na nova “grande oportunidade” do futuro, encontram no bitcoin uma possibilidade.
Decididos a adquirir uma grande parte dessa moeda da internet em 2011, juntos eles compram 11 milhões de dólares em BTC, o que representa algo em torno de 1 por cento de todos os bitcoins minerados na época.
Se, depois do processo contra Mark, Cameron e Tyler não se envolveram mais com negócios de redes sociais, Zuckerberg agora entra na área em que os gêmeos são pioneiros.
Isso porque o Facebook vai lançar sua criptomoeda, chamada Libra, que promete rivalizar com aquilo que o bitcoin deseja ser desde o seu primeiro documento publicado, isto é, uma moeda global.
Obviamente, a mídia, que adora uma boa batalha, foi perguntar aos Winklevoss o que eles tinham a declarar sobre esse movimento do Facebook.
Os gêmeos disseram que eles deveriam ser “iniamigos” (frenemies) até o momento porque as criptos ainda têm muito mercado para alcançar.
E, assim, estamos diante do Zuckerberg vs Winklevoss 2, sem dúvidas.
Mas a diferença é que o Facebook hoje luta contra algo que é totalmente diferente de apenas um inimigo ou que possa ser imitado completamente.
Felizmente, o bitcoin não é um recurso de troca de mensagens, fotos e vídeos instantâneos que pode ser copiado como o Snapchat foi.
(O código em si pode ser copiado, mas o efeito de rede que possui, não.)
Também não é possível oferecer uma grana para o CEO do bitcoin e incorporar a empresa à holding.
O que resta mesmo é tentar criar o seu próprio bitcoin, mas essa iniciativa está fadada ao fracasso.
Simplesmente porque o principal diferencial do bitcoin, que é ser descentralizado, não pode ser copiado pelo Facebook.
A Libra ameaça muito mais todos os modelos de pagamentos atuais, como maquininhas, aplicativos de comida e até bancos, do que o bitcoin.
A derrocada vai começar com países proibindo que seus cidadãos usem a moeda do Facebook para enviar dinheiro para fora do país.
Nações como a Índia, que é um dos principais mercados de remessas, provavelmente não vão permitir que a Libra funcione por lá.
Além disso, o governo americano vai pedir explicações a Mark sobre a moeda e os seus planos futuros.
Afinal, depois dos escândalos da empresa, é totalmente “cool” ser contra o Facebook.
Este vai ser provavelmente aconselhado a não seguir com a Libra ou ela vai ser proibida no mercado dos Estados Unidos.
Pronto, você já tem uma moeda global que não é tão global quanto se precisa.
Por outro lado, existe algo similar à Libra que não é passível de censura. Sim, é o nosso bitcoin.
É por isso que acredito que essa nova moeda do Facebook pode ter um papel fundamental na adoção das criptos.
É como apresentar uma intranet a quem não conhece a internet. A pessoa pode até ver valor na primeira, mas, no momento em que conhecer a segunda, ela vai migrar.
Por isso estou bem otimista quanto à Libra, mas não quanto ao seu sucesso.
Abraços,
André Franco
André Franco
Engenheiro mecatrônico formado pela Universidade de São Paulo, desde o terceiro ano da faculdade sabia que não queria ser engenheiro mão na massa, mas sim trabalhar com tecnologia. E, por isso, o assunto de criptomoedas pareceu casar muito bem com a sua formação e sua vontade de aprender coisas novas. Hoje vive em busca das próximas oportunidades nesse meio para multiplicar o patrimônio dos seus assinantes.
Interessante
ResponderExcluir